Princípios de anestesia: local, regional, e geral

Compartilhe com seus amigos

  • 3 anos atrás
  • 3minutos

A anestesia para cirurgia ambulatorial e para procedimentos diagnósticos tem como objetivo permitir rápida recuperação do paciente, sem necessidade de pernoite. Para isso, quase todas as técnicas anestésicas podem ser empregadas.

Anestesia local

Tipos:

  • Ocular;
  • De mucosas;
  • Da pele;
  • Infiltrativa;
  • Bloqueio de campo;

Farmacologia dos anestésicos locais

  • São agentes farmacológicos que bloqueiam a condução nervosa de forma temporária e reversível após a administração regional.
  • Constituem-se de um anel de benzeno, ligado a uma cadeia intermediária (de esteres ou amidas), ligada a uma amina quaternária. Ao entrarem na célula, bloqueiam a entrada de sódio em canais de sódio.
  • Comparação dos principais anestésicos utilizados no país:
AnestésicopKaLipossolubilidadeAfinidade proteica (%)Latência (∝ pKa)Potência (∝ lipossolubilidade)Duração de ação (∝ afinidade proteica)
Lidocaína7,936664+++
Bupivacaína8,1342095++++++++
Ropivacaína8,175594++++++
  • A absorção e o metabolismo dos anestésicos depende de seu local de injeção e de seu efeito vasoconstritor.

Combinação com adrenalina

  • Vantagens:
    • Redução da absorção sistêmica;
    • Prolongamento da duração do anestésico;
    • Diminuição do sangramento;
    • Aumento da intensidade do bloqueio (mediada por receptores alfa-2 adrenérgicos).
  • Contraindicações:
    • Órgãos com circulação terminal;
    • Hipertensão arterial descontrolada;
    • Doença coronariana;
    • Arritmias cardíacas;
    • Insuficiência cardíaca.

Complicações

A injeção intravascular pode causar eventos graves. Para isso, deve-se aspirar com a seringa a região a ser bloqueada (para ter certeza de não atingir nenhum vaso), realizar a injeção lenta, e respeitar doses máximas de cada anestésico.

Sedação

  • Pode ser consciente (paciente dorme, mas é capaz de despertar se chamado) ou inconsciente.
  • Pode ser:
    • Inalatória: realizada com óxido nitroso ou halogenados;
    • Venosa: combina analgésico (opioides), ansiolítico (benzodiazepínicos), e hipnótico (propofol).
  • Mantém o paciente respirando espontaneamente.
  • Tem componente analgésico, mas não permite a realização de estímulos álgicos intensos se não combinada a outros procedimentos anestésicos.

Anestesia regional

Feita utilizando-se anestésicos locais, com ou sem adjuvantes (medicamentos sinérgicos aos anestésicos locais, como adrenalina ou opioides).

Bloqueio de nervos periféricos ou plexos nervosos

A solução anestésica é injetada diretamente sobre o plexo ou nervo, que é identificado por referências anatômicas, pesquisa de parestesias, estimulador de nervos periféricos, ou ultrassonografia.

Bloqueios de neuroeixo

Anestesias realizadas diretamente nas raízes nervosas da medula espinhal.

Raquianestesia

  • Injeção de anestésico no espaço subaracnoide.
  • Como aproxima-se muito da medula, só pode ser realizada abaixo de L1, na cauda equina, de onde o líquido difunde-se nos sentidos cefálico e caudal.

Anestesia peridural/epidural

  • Injeção de anestésico no espaço peridural.
  • Como não está tão próxima da medula, pode ser realizada em qualquer região da medula, produzindo anestesia segmentar.

Anestesia geral

  • Pode ser venosa, inalatória, ou balanceada (combinada).
  • São administradas múltiplas doses ao longo do procedimento para manter o paciente anestesiado.
  • Produz hipnose, analgesia profunda, bloqueio dos reflexos simpáticos, e bloqueio neuromuscular.

Legislação

  • Constituída pela resolução CFM 1886/2008.
  • Em consultórios médicos, pode-se realizar anestesia local sem sedação, com lidocaína em dose inferior a 3,5 mg/kg (ou outros medicamentos em dose equipotente).
  • A anestesia em cirurgia ambulatorial pode ser realizada em pacientes ASA 1 e ASA2.

Referência(s)

Aula da professora Eliane C. S. Soares.


Compartilhe com seus amigos