Resumo de estratégias de enfrentamento (coping): o que são? Para que servem? Como identificar as do seu paciente?

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Enfrentamento é a combinação de estratégias mentais e comportamentais implementadas para controlar, minimizar, ou tolerar o estresse e conflito. Se traduz em melhor qualidade de vida, menor sofrimento, e resiliência.

Resposta ao estresse

  • O estresse é um fenômeno biológico, embora estressores possam ser físicos e/ou psicológicos.
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Fonte.
  • Os vários mediadores químicos liberados em situações de estresse agem no organismo para prepará-lo para luta ou fuga, e no cérebro levando a alterações comportamentais.
  • A adaptação gerada pelo estresse pode ou não ser saudável. Na depressão, por exemplo, há ativação crônica do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal.
  • O estresse está presente em todas as parte da vida, mas é mais grave na vida adulta, em que há problemas no trabalho, morte de entes queridos, problemas de saúde…

Tipos de estresse

Estresse agudoEstresse episódicoEstresse crônico
Tipo mais comumEstresse agudo que ocorre com frequênciaEstresse que persiste por longos períodos de tempo, com efeitos deletérios sobre a saúde
Surge rapidamente com eventos inesperados ou alarmantesIndivíduo torna-se irritável e ansioso, preocupando-se constantemente com o próximo episódio estressanteMaçante, constante, e sem fim aparente
Desaparece rapidamenteSobrecarga e dificuldade de gerenciamentoSituações que parecem sem esperança ou além do controle do indivíduo



Coping Orientation to Problems Experienced Inventory (Brief-COPE)

Escala que identifica as formas de resposta a situações estressantes. Algumas delas são:

  1. Enfrentamento ativo: iniciar uma ação ou fazer esforços para remover o estressor;
  2. Planejamento: pensar sobre o modo de confrontar o estressor (coping ativo);
  3. Suporte instrumental: procurar ajuda, informações, ou conselhos sobre o que fazer;
  4. Suporte emocional: conseguir simpatia ou suporte emocional de alguém;
  5. Religiosidade: participar de atividades religiosas ou espiritualistas;
  6. Reinterpretação positiva: fazer o melhor da situação, tentando crescer com base nela, ou vê-la de modo mais favorável;
  7. Autoculpa: culpar e criticar a si mesmo pelo que aconteceu;
  8. Aceitação: aceitar o fato de que o evento estressor ocorreu;
  9. Desabafo: aumento da consciência do estresse emocional pessoal e tendência concomitante de exprimir ou descarregar esses sentimentos;
  10. Negação: tentativa de rejeitar a realidade do acontecimento estressante;
  11. Autodistração: desinvestimento mental do objetivo com que o estressor está interferindo;
  12. Desinvestimento comportamental: desistir ou deixar de se esforçar para alcançar o objetivo no qual o estressor está interferindo;
  13. Uso de substâncias: utilizar álcool, drogas, ou medicamentos como meio de se afastar do estressor;
  14. Humor: fazer piadas sobre o estressor.

Estilos de enfrentamento

As pessoas têm estratégias mistas de coping, sendo que esses estilos representam predominâncias, não sendo excludentes entre si.

  • Enfrentamento focado no problema (enfrentamento ativo, planejamento, suporte instrumental, ressignificação positiva): estratégias de enfrentamento que visam mudar a situação estressante, indicando força psicológica, determinação, e abordagem prática de resolução de problemas. Prediz resultados positivos;
  • Enfrentamento focado nas emoções (suporte emocional, religiosidade, autoculpabilização, aceitação, humor): estratégias de enfrentamento que visam regular as emoções associadas à situação estressante. Não é, isoladamente, bom nem mau preditor de saúde psicológica, sendo preciso avaliar se a regulação emocional leva a evitação ou resolução;
  • Enfrentamento evitativo (negação, autodistração, desinvestimento comportamental, uso de substâncias): indica esforços físicos ou cognitivos para se desvincular do estressor, sendo uma forma desadaptativa de enfrentamento.

Resiliência

  • É o processo e o resultado de se adaptar com sucesso a experiências de vida difíceis ou desafiadoras, especialmente por meio da flexibilidade mental, emocional, e comportamental, e do ajuste às demandas externas e internas.
  • Fatores que contribuem para alta resiliência:
    • Visão positiva de si e do mundo;
    • Disponibilidade de recursos sociais;
    • Estratégias de enfrentamento focadas no problema.
  • Recursos e habilidades associados a resiliência podem ser cultivados e praticados, como, por exemplo:
    • Conexões sociais;
    • Bem-estar;
    • Pensamentos positivos;
    • Sentido de significado e propósito.

Referência(s)

Aula do professor Marco Aurélio Romano Silva.


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