Sinais e sintomas
Sinal/Sintoma | Quando tem origem renal, o edema origina-se na face, sendo bipalpebral e bilateral. Surge matutinamente, e desloca-se para os membros inferiores ao longo do dia. Pode ocorrer por dois mecanismos. O primeiro deles é retenção de sódio e água, com consequente hipervolemia (edema pouco compressível, acompanhado de hipertensão arterial e, às vezes, de edema pulmonar), visto na insuficiência renal aguda (IRA) e na síndrome nefrítica. O segundo tipo decorre da diminuição da pressão oncótica plasmática, decorrente da proteinúria da síndrome nefrótica. Pode ocorrer ascite, anasarca, e derrames cavitários. |
Hipertensão arterial | Presença visível de sangue na urina. Costuma indicar que a origem do sangue não é glomerular. Exames de urina são capazes de detectar presença microscópica de sangue. |
Urina fétida | Disúria é a dificuldade/o desconforto em urinar. Já a algúria é a dor propriamente dita à micção. |
Polaciúria e poliúria | A oligúria é a diminuição do volume urinário, enquanto anúria e oligoanúria representam, respectivamente, ausência e volume urinário inferior a 1 mL/kg/dia. |
Noctúria e nictúria | É o quadro clínico decorrente de alterações da homeostase corporal por queda da função renal, com elevação dos níveis séricos de ureia. Tem múltiplas etiologias. |
Dor abdominal | Dor no ângulo costovertebral ou nos flancos sugere doenças que cursam com distensão da cápsula renal. |
Cólica nefrética | Dor suprapúbica moderada associada à inflamação ou distensão da bexiga. |
Disfunções miccionais
Incontinência urinária | Consiste em perda de urinária involuntária de qualquer tipo. Pode ocorrer ao esforço, ao riso, ou sem razão óbvia. |
Enurese | Esvaziamento completo da bexiga de forma involuntária. |
Adiamento da micção | Adiamento das micções apesar da bexiga repleta. Comum em crianças mais velhas, sem significado patológico, pois elas podem ter atividades mais imediatamente importantes que a micção. |
Manobras de contenção | Manobras que visam evitar a perda urinária (ex.: agachar, cruzar as pernas, segurar o pênis, colocar a mão na vulva, dançar, pular, ficar de cócoras). |
Anamnese
Os sinais e sintomas de manifestações renais e urinárias variam muito conforme a idade, tornando-se mais específicos à medida que a criança torna-se mais velha. É importante avaliar o curso da doença, assim como o histórico familiar de problemas renais.
Exame físico
Inspeção
- Na ectoscopia da criança, pode identificar-se fácies renal, palidez, edema, e lesões de pele.
- Abaulamentos renais podem ser observáveis à inspeção em casos de tumores, cistos, e abcessos.
- Deve-se verificar malformações genitais e sinais de disrafias da coluna vertebral.
Palpação
- Edemas devem ser qualificados como duros ou moles, formando ou não cacifo. Além disso, deve-se constar localização e presença de anasarca e/ou derrames cavitários.
- Os rins não são tipicamente palpáveis, exceto em casos de aumento do volume renal, ou em crianças menores.. No entanto, sua palpação tem as seguintes técnicas:
- Em crianças maiores, palpar profundamente o abdome da criança deitada, com uma das mãos abaixo do rebordo costal e a outra no ângulo costovertebral da região lombar, fazendo compressão moderada para cima. Outra opção é fazer uma pinça com o polegar e o indicador;
- Em recém-nascidos e crianças menores, segue-se a técnica da pinça, mas o membro inferior deve estar a 90º do abdome.
- A bexiga, quando repleta, é palpável na região suprapúbica, causando dor ou desconforto. Palpação da bexiga vazia é um achado patológico.
Percussão
Na região lombar, próximo ao ângulo costovertebral, a percussão deve ser realizada com o punho em crianças e adolescente, e com o dedo médio em lactentes. Dor ou desconforto constituem o sinal de Giordano, indicativo de processo inflamatório.
Referência(s)
- Aula da professora Ana Cristina Simões e Silva;
- DUTRA, Adauto. Semiologia Pediátrica. 2. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2010;
- MARTINS, Maria Aparecida et al, Semiologia da criança e do adolescente, Rio de Janeiro: MedBook, 2010.