1º trimestre
Coombs indireto
- Por que fazer: detectar anticorpos anti-Rh e prevenir doença hemolítica fetal;
- Quando fazer: até 12 semanas;
- Conduta:
- Positivo: encaminhar ao pré-natal de alto risco;
- Negativo: repetir mensalmente a partir de 24 semanas, programar imunoglobulina anti-D em até 72 h após o parto/a interrupção da gestação.
Eletroforese de hemoglobina
- Por que fazer: rastreio de doença falciforme;
- Quando fazer: até 12 semanas;
- Conduta:
- Hb AA ou A: sem doença falciforme, cuidado usual;
- Hb AS: traço falciforme, pesquisar traço falciforme no pai da criança a fim de aconselhar sobre cuidados com o recém-nascido;
- Hb SS, SC, Sβ+ tal, β0tal, ou SD Punjab: doença falciforme, encaminhar ao pré-natal de alto risco.
Glicemia de jejum
- Por que fazer: rastreio de DM gestacional;
- Quando fazer: até 12 semanas;
- Conduta:
- < 92: cuidado usual;
- 92-125: DM gestacional, encaminhar ao pré-natal de alto risco;
- ≥ 126: DM com diagnóstico na gravidez, encaminhar ao pré-natal de alto risco;
- Nota: em caso de pacientes com DM prévio à gestação, a conduta sempre será o encaminhamento ao pré-natal de alto risco.
HBsAg
- Por que fazer: evitar transmissão vertical de HBV;
- Quando fazer: até 12 semanas;
- Conduta:
- Positivo: encaminhar ao pré-natal de alto risco ou serviço de referência em IST, programar administração de imunoglobulina e da vacina ao neonato imediatamente após o parto;
- Negativo: cuidado usual.
Tipagem sanguínea
- Por que fazer: prevenção de doença hemolítica fetal;
- Quando fazer: até 12 semanas;
- Conduta:
- Rh+: cuidado usual;
- Rh-: solicitar coombs indireto.
Toxoplasmose (IgG e IgM)
- Por que fazer:
- Quando fazer: até 12 semanas;
- Conduta:
- Ambos negativos: orientar medidas preventivas, refazer o exame trimestralmente;
- Ambos positivos: solicitar teste de avidez de IgG na mesma amostra:
- Alta avidez, IG < 16 semanas: cuidado usual (IgM residual);
- Baixa avidez, IG < 16 semanas: encaminhar ao pré-natal de alto risco e iniciar o tratamento;
- IG ≥ 16 semanas: independentemente da avidez, encaminhar ao pré-natal de alto risco e iniciar o tratamento;
- IgG negativo, IgM positivo: raro, visto que o IgG positiva na fase precoce da infecção, devendo ser repetido o exame;
- IgG positivo, IgM negativo: cuidado usual.
Anti-HCV
- Por que fazer: rastreio de HCV;
- Quando fazer: precocemente em mulheres pertencentes a grupos de risco:
- Usuárias de drogas injetáveis;
- Presidiárias;
- HIV positivas ou com parceiros HIV positivos;
- Expostas a hemoderivados ou transfusões sanguíneas;
- Com alterações da função hepática;
- Com múltiplos parceiros;
- Tatuadas.
3º trimestre
Teste oral de tolerância à glicose
- Por que fazer: rastreio de DM gestacional;
- Quando fazer: entre 24ª e 28ª semana, em mulheres sem diagnóstico prévio de DM (gestacional ou não);
- Conduta:
- Jejum < 92, 1h < 180, e 2h < 153: cuidado usual;
- Jejum 92-125, 1h ≥ 180, ou 2h ≥ 153: DM gestacional, encaminhar ao pré-natal de alto risco;
- Jejum ≥ 126 ou 2h ≥ 200: DM com diagnóstico na gravidez, encaminhar ao pré-natal de alto risco.
Cultura de Streptococcus do muco vaginal
- Por que fazer: rastreio de Streptococcus grupo B, associados a infecções do neonato;
- Quando fazer: entre 35-37 semanas, se disponível.
Periódicos
Hemograma
- Por que fazer: prevenção de anemia gestacional;
- Quando fazer: a cada trimestre;
- Conduta:
- Hb > 11: cuidado usual;
- Hb 8-11: investigar e tratar anemia;
- Hb < 8: encaminhar ao pré-natal de alto risco.
Sorologia anti-HIV
- Por que fazer: evitar transmissão vertical de HIV;
- Quando fazer: 1º e 3º trimestres;
- Conduta:
- Positivo: encaminhar para pré-natal de alto risco ou serviço de referência para HIV/AIDS;
- Negativo: cuidado usual.
Teste treponêmico e VDRL
- Por que fazer: rastreio de sífilis;
- Quando fazer: 1º e 3º trimestres;
- Conduta:
- Ambos negativos: cuidado usual, repetindo o exame em 30 dias caso haja suspeita clínica ou epidemiológica;
- Ambos positivos: iniciar o tratamento, coletar exame de confirmação, VDRL mensal, investigar o parceiro, investigar sífilis congênita no neonato;
- Treponêmico positivo, VDRL negativo: iniciar o tratamento, coletar exame de confirmação (excluir sífilis apenas após o 3º exame negativo), VDRL mensal, investigar o parceiro, investigar sífilis congênita no neonato;
- Treponêmico negativo, VDRL positivo: repetir teste treponêmico (com metodologia diferente do primeiro), avaliar se trata-se de cicatriz sorológica ou infecção aguda, manejar de acordo com diagnóstico.
Urinálise e urocultura
- Por que fazer: detecção de lesão renal e ITU;
- Quando fazer: 1º e 3º trimestres;
- Conduta:
- Proteinúria:
- Traços: repetir o exame em 15 dias e, se persistente, encaminhar ao pré-natal de alto risco;
- Traços e HAS e/ou edema, ou maciça: encaminhar ao pré-natal de alto risco, avaliar pré-eclâmpsia (indica internação);
- Cilindrúria: encaminhar ao pré-natal de alto risco;
- Hematúria: avaliar se resultante de ITU ou sangramento vaginal e, caso contrário, encaminhar ao pré-natal de alto risco;
- Piúria, bacteriúria, ou leucocitúria:
- Proteinúria:
Ultrassonografia
A ser realizada entre 13-20 semanas (ultrassom morfológico) e depois na 40ª semana.
Referência(s)
- PREFEITURA DE BELO HORIZONTE. Protocolo Pré Natal e Puerpério. 2ª ed. Belo Horizonte: Secretaria Municipal de Saúde, 2019.
- SOCIEDADE BENEFICENTE ISRAELITA BRASILEIRA ALBERT EINSTEIN. Nota Técnica para Organização da Rede de Atenção à Saúde Com Foco na Atenção Primária à Saúde e na Atenção Ambulatorial Especializada – Saúde da Mulher na Gestação, Parto e Puerpério. São Paulo: Hospital Israelita Albert Einstein: Ministério da Saúde, 2019.