Fisiopatologia
- O crânio é uma estrutura fechada e inextensível, contendo:
- Tecido cerebral (~ 75%);
- Vasos sanguíneos (~ 12,5%);
- Líquor (~ 12,5%).
- A pressão intracraniana (PIC) é dada por:
- A estabilidade da PIC depende, então, dos volumes vascular e liquórico cederem espaço caso haja acúmulo de material (ex.: hematoma) no crânio. Mas esse mecanismo compensatório possui limites.
- Aumento da PIC leva a isquemia cerebral, pois:
- PIC máxima que tolera-se (quadro de isquemia, em alguns indivíduos, inicia-se antes disso):
- Criança: até 15 mmHg;
- Adulto: até 20 mmHg.
- Havendo SHIC, haverá redução do calibre das veias retinianas, causando edema, especialmente na papila do nervo óptico, dificultando seu funcionamento.
- O aumento da pressão intracraniana também provoca hérnias, sendo as mais comuns as do giro do cíngulo, do uncus, e da tonsila cerebelar (amígdala).
Etiologias
Mecanismo | Etiologias |
---|---|
Aumento do compartimento tecidual | Tumor intra-axial, abscesso cerebral, hematoma intracerebral, infarto cerebral, edema cerebral |
Aumento do compartimento vascular | Inchaço cerebral, trombose venosa ou dural, pseudotumor cerebral |
Aumento do compartimento liquórico | Hidrocefalia, cisto aracnoide |
Redução da área | Craniossinostose |
Quadro clínico
- Tríade (nem todos os sintomas estarão necessariamente presentes) que compõe a SHIC:
- Além da tríade, o paciente pode apresentar, em decorrência do aumento do volume intracraniano, a tríade de Cushing (hipertensão arterial, bradicardia, e alteração do ritmo respiratório), um sinal de gravidade:
- Redução do FSC → Alteração da consciência → Tríade de Cushing;
- Hérnias cerebrais → Disfunção do sistema ativador reticular ascendente (SARA) → Alteração da consciência → Tríade de Cushing.
- Hérnias trarão déficits focais específicos:
- Hérnia do uncus (grave):
- Déficit motor contralateral;
- Paralisia oculomotora;
- Midríase;
- Hérnia da tonsila cerebelar:
- Nucalgia;
- Torcicolo;
- Parada respiratória.
- Hérnia do uncus (grave):
Abordagem
O diagnóstico é feito por TC e RM, e o tratamento é cirúrgico.
Referência(s)
Aula do professor Alexandre Varella Giannetti.