Bases fisiológicas da coagulação
Etapas da coagulação
Hemostasia primária
Trata-se da primeira fase da coagulação, executada especialmente por plaquetas. Essas células têm grânulos citoplasmáticos que possuem fatores de coagulação.
No início desse processo, as plaquetas, a parede vascular, e alguns fatores de coagulação interagem. As plaquetas aderem ao local da lesão, são ativadas, e se agregam umas às outras para constituir um trombo branco, essencialmente plaquetário, que obstrui a brecha vascular.
Coagulação plasmática
Na segunda fase da coagulação, figuram fatores plasmáticos da coagulação (pró e anticoagulantes, pró e antifibrinolíticos), a parede vascular, e as plaquetas.
Com a ruptura do endotélio, as células endoteliais expressam fatores plasmáticos de coagulação quando entram em contato com o sangue, induzindo a adesão das plaquetas. Nota-se, portanto, que a divisão da hemostasia primária da coagulação plasmática é somente didática, e que tratam-se de processos interdependentes.
Nesse processo, inicia-se a cascata da coagulação.
Fibrinólise
A última fase da coagulação corresponde à solubilização do trombo pela plasmina em produtos de degradação do fibrinogênio, como fragmentos D e E e D-dímeros.
Fisiologicamente, a fibrinólise só lisa o colágeno após a cicatrização da brecha vascular e a reintegração da parede vascular.
Cicatrização
Fases
- Fase inflamatória (3-6 dias): a ocorrência da lesão e da cascata de coagulação mobiliza defesas anti-infecciosas;
- Fase granulocítica (6 dias): grande concentração de leucócitos e fagocitose de bactérias.
- Fase macrofágica (3-4 dias): consiste na liberação de substâncias vasoativas e fatores de crescimento para neoangiogênese e proliferação de fibroblastos no local da lesão.
- Fase proliferativa (3 semanas): marcada por divisão celular, que desenvolve tecido de granulação e elabora colágeno continuamente no interior da lesão.
- Fase reparadora (até 2 anos): diminui-se a vascularização e o número de fibroblastos, aumenta-se a força tênsil, e reordena-se as fibras de colágeno no local da lesão.
Procedimentos de hemostasia
- Compostos por todas as manobras destinadas a evitar ou controlar hemorragias, favorecendo a evolução normal da ferida.
- Pode ser um processo temporário (pinçamento, garroteamento, farmacoterapia, compressão) ou definitivo (ligadura, cauterização, sutura, tamponamento).
Nós cirúrgicos
- Mantêm o ponto aplicado com o fio cirúrgico de modo que os tecidos reunidos não se separem.
- Um nó adequado:
- Permite perfeito ajuste das bordas;
- Não se afrouxa;
- É de fácil execução;
- Evita que o fio entrelaçado se solte.
- Para evitar a torção das laçadas que formam o nó (permitem o afrouxamento), a cada laçada consecutiva, o sentido dos fios deve ser oposto.
- Tipos de nós:
- Manual simples;
- Manual duplo (nó de cirurgião);
- Manual sapateiro;
- Instrumental.
- Quanto menor o coeficiente de atrito do fio, maior a quantidade de laçadas para formar um nó.
Referência(s)
Aula do professor Agnaldo Soares Lima.