Pele e fâneros

• Hiperpigmentação: em algumas mulheres, pode ser permanente, sendo importante a proteção com filtro solar.
  • Cloasma na face;
  • Enegrecimento da linha alba no abdome;
  • Hiperpigmentação da vulva, face interna da coxa, axila, aréola, e abdome;
• Estrias: aparecem ou agravam-se no abdome, nas mamas, nos braços, nas nádegas, e nas coxas. Estratégias de prevenção incluem cuidado com o ganho de peso, uso de sutiãs e cintas, massagens com hidratantes, e banhos rápidos, frios, e com pouco sabonete;
• Aumento da transpiração;
• Alterações vasculares: aranhas vasculares, eritema palmar, petéquias, e hemangiomas;
• Maior propensão a dermatites de contato;
• Maior risco de recorrência de melanoma;
• Hipertricose e hirsutismo leve: normalmente, regridem após o parto;
• Unhas crescem mais e ficam mais quebradiças;
• Eflúvio telogênico 3 meses após o parto.

Sistemas cardiovascular e respiratório

• Hiperdinamia e hipervolemia: apresenta-se com arritmias, sopro sistólico, B3, e elevação do DC (10-20 bpm);
• Edema de MMII;
• Queda da PA no 2º trimestre, com retorno ao normal no 3º;
• Hipotensão em decúbito dorsal;
• Diminuição do volume residual pulmonar, com ligeira dispneia.

Trato gastrointestinal

• Náusea e vômitos: mais presentes até a 14ª semana, podem variar de pequeno mal estar a hiperêmese gravídica;
• Sialorreia até o 4º mês;
• Maior propensão a gengivite e cáries;
• Eructação, flatulência, constipação, distensão, e dor abdominal;
• Refluxo gastroesofágico;
• Aumento da fosfatase alcalina.

Sistema urinário

• Aumento do RFG e da excreção de glicose e proteínas;
• Refluxo vesicoureteral;
• Polaciúria inicial;
• Incontinência urinária;
• Estase urinária.

Genitália e mamas

• Cérvice eleva-se no início da gestação, para depois descer e centralizar-se;
• Colo uterino aumenta por congestão, edema, hipertrofia, hiperplasia, e acúmulo de secreções;
• Canal cervical é obliterado por tampão mucoso;
• Mucosa vaginal fica espessada;
• Vulva fica mais vascularizada, podendo ter varizes;
• Resíduo vaginal torna-se mais abundante;
• Mamas crescem em volume;
• Mastalgia;
• Aréolas e mamilos ficam acastanhados.

Sistema nervoso central

• Sonolência excessiva e fadiga;
• Sentimentos exacerbados;
• Dificuldades para dormir;
• Parestesias;
• Distúrbios visuais: aumento da espessura da córnea, risco aumentado de descolamento de retina;
• Diminuição da acuidade auditiva;
• Hiposmia e anosmia.

Sistema osteomuscular

• Câimbras: tratáveis pela diminuição da ingestão de fosfato;
• Lordose progressiva;
• Aumento da mobilidade das articulações da pelve;
• Lombalgia, que se agrava à noite;
• Dor em MMSS.

Sangue

• Redução na produção de imunoglobulinas;
• Hemodiluição: aumento do volume sanguíneo, com pouco aumento do volume de eritrócitos;
• Leucocitose;
• Diminuição da concentração de hemoglobina e do hematócrito (anemia: Hb < 11);
• Hipercoagulabilidade.

Sistema endócrino e metabolismo

• Aumento da atividade estrogênica e progestagênica;
• Aumento da produção de insulina no início da gravidez;
• Aumento da resistência insulínica na 2ª metade da gravidez;
• Aumento do tamanho da tireoide, sem aumento dos níveis de T3 e T4;
• Aumento das paratireoides, com reavsorção de cálcio dos ossos maternos e mobilização de cálcio iônico;
• Aumento da necessidade calórica diária (25-30 cal/kg para 30-35 cal/kg);
• Anabolismo maior na 1ª metade da gravidez, catabolismo na 2ª;
• Aumento dos triglicérides, LDL, e HDL.

Referência(s)

CORREIA, Mário Dias; MELO, Victor Hugo de; AGUIAR, Regina Amélia Lopes Pessoa de; et al. Noções Práticas de Obstetrícia. 14. ed. Belo Horizonte: Coopmed, 2011.