- Refere-se ao entendimento, pelo paciente, de que:
- Determinadas vivências ou comportamentos seus são anormais;
- Uma doença o esta acometendo;
- Sua doença é mental e não física.
- Pacientes sem consciência de morbidade podem recusar o tratamento, mas nem sempre é o caso.
Alterações na consciência de morbidade
Altera-se quantitativamente num espectro (não é, portanto, “tudo ou nada”).
Exame da consciência de morbidade
- A indagação da queixa principal já pode evidenciar sua consciência de morbidade.
- Caso não esteja evidente, deve-se perguntar diretamente ao paciente se ele se considera doente, e em que exatamente consiste sua doença.
Consciência de morbidade nos principais transtornos mentais
Transtornos psicóticos
- Consciência de morbidade costuma estar mais comprometida em quadros que cursam com psicose.
- Para o indivíduo que apresenta alucinações, as imagens ou sons alucinatórios tendem a ser tidos como reais.
- O sofrimento do delirante pode ser atribuído às ações de seus perseguidores, em vez de a uma doença.
- Na depressão psicótica, o paciente pode acreditar que está sendo castigado.
TOC
Em casos graves, pode não haver plena consciência quanto à inadequação do comportamento compulsivo.
Mania
- O indivíduo não se acha doente, e, ao contrário, pode estar se sentindo melhor do que jamais se sentiu em sua vida.
- Na bipolaridade, a consciência de morbidade é maior na depressão que na mania.
Transtorno da personalidade antissocial
As manifestações são egosintônicas, ou seja, o paciente não sofre com a sua anormalidade.
Transtornos somatoformes
Na hipocondria e na somatização, o paciente acredita que sua doença é física, e não mental.
Demência
- Paciente não costuma ter consciência plena de suas dificuldades de memória e/ou de seus distúrbios cognitivos.
- Alguns pacientes se enraivecem ao se darem conta de suas dificuldades cognitivas.
Referência(s)
CHENIAUX, Elie, Manual de psicopatologia, 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021.